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A Petrobras espera continuar reduzindo os custos de extração à medida que se recupera a produção no segundo semestre a partir da operação de novas plataformas (FPSO) e o aumento da produção no campo Marlim Sul, destacou o titular de finanças da companhia, José Sérgio Gabrielli.
A produção da companhia diminuiu a 1,46 milhões de barris por dia no segundo trimestre de 2004 diante dos 1,51 milhões de barris por dia do mesmo período de 2003, devido às suspensões por manutenção e acidentes em algumas plataformas, além de fatores internacionais como maiores custos de arrendamento de barcos.
Em conseqüência, os custos de extração da Petrobras aumentaram US$ 2,85 por barril no primeiro trimestre de 2003 para US$ 4,22 no mesmo período de 2004, antes de cair levemente a US$ 4,09 por barril no segundo trimestre de 2004, informou a companhia. Se espera que a produção aumente significativamente nas próximas semanas, diminuindo ainda mais os custos médios de extração.
"O custo da extração começará a baixar à medida que aumentemos a produção", explicou Gabrielli.
Entre 30 e 40 dias, a empresa espera incrementar sua produção na FPSO de Marlim Sul, na bacia de Campos, de 70 mil barris/dia para 100 mil barris/dia, precisou Gabrielli. O prazo original para o crescimento era 15 de setembro.
No começo de novembro, as plataformas P-43 e P-48 deverão iniciar sua produção nos campos de Barracuda e Caratinga no final de janeiro. A norte-americana Halliburton está construindo as duas plataformas de 150 mil barris por dia de capacidade, as que estiveram sujeitas a atrasos notórios.
O casco da plataforma FPSO P-50, de 180 mil barris por dia, deveria chegar desde Cingapura em meados de setembro para realizar os ajustes. O início das operações na bacia de Campos está programado para o segundo semestre de 2005, mesmo momento em que a P-34, de 60 mil barris/dia, começaria suas operações no campo Jubarte, no Parque das Baleias as bacia de Campos.
Petrobras mantém seu objetivo de alcançar custos de extração de US$ 3 bilhões em 2010.
A Petrobras está se esforçando por conseguir a auto-suficiência, em uma estratégia que envolve não só extração e produção, mas também refino. O investimento em refino está previsto em US$ 1,2 bilhões até 2010 para aumentar a capacidade atual de 250 mil barris por dia e converter parte desta capacidade para processar o petróleo leve, reduzindo a demanda de óleo ligeiro importado.
O petróleo brasileiro é majoritariamente pesado, que é mais custoso de processar. As 11 refinarias da Petrobras dão conta de 98% do refino total do Brasil e na atualidade, 73% de sua matéria-prima é petróleo brasileiro.
A produção total da companhia é próxima aos 1,7 milhões de barris por dia, enquanto que o país consome cerca de 1,87 milhões de barris dia de derivados de petróleo, explicou Gabrielli. Uma nova refinaria só seria necessária depois de 2010, esclareceu.
"Nossa idéia de auto-suficiência não aponta a zero importações petróleo leve, porque os investimentos para converter todas as refinarias para que processem petróleo leve seria muito alta", concluiu Gabrielli.
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