Valor Econômico
Sem novos projetos hidrelétricos em carteira, a CPFL Energia partiu para projetos de diferentes fontes de geração de energia e o resultado da estratégia são investimentos da ordem de R$ 1,3 bilhão em negócios fechados neste ano. O maior deles foi no leilão de energia eólica, realizado segunda-feira pelo governo federal. Os sete parques eólicos que a empresa vendeu no leilão vão receber R$ 768 milhões.
O presidente da empresa, Wilson Ferreira Junior, diz que desde março a empresa vinha estudando projetos eólicos e fazendo orçamentos com fornecedores. A empresa fechou contrato com a alemã Wobben. Ferreira comemorava ontem o resultado do leilão, depois de um dia tenso em que a cada cinco minutos, por quase oito horas, era preciso dar um novo lance para manter seus sete parques na disputa. A concorrência foi grande e o resultado foi um deságio médio de 21%. Apesar do preço médio ter ficado em R$ 148,39, a CPFL conseguiu fechar com preço de R$ 150.
A CPFL foi uma das empresas com o maior volume de contratos fechados na segunda-feira e dos grandes grupos do setor foi a que mais se destacou. Outras concorrentes como EDP, Tractebel e Cemig não levaram nenhum projeto. "A eólica veio para ficar", afirma Ferreira.
A estratégia de diversificação da CPFL em geração foi traçada quando a companhia vislumbrou que em meados de 2010 teria concluído sua última hidrelétrica em construção e os novos investimentos não apareciam no curto prazo. A empresa iniciou a diversificação pela biomassa. Comprou ou fez parceria em dois projetos com investimentos de aproximadamente R$ 227 milhões.
No anúncio de resultados do terceiro trimestre deste ano, outro investimento foi anunciado. Dessa vez foi a compra de termelétricas no Nordeste do país. Outros R$ 300 milhões serão empregados nesses projetos. Mas sem dúvida, o investimento de maior destaque, até pelo volume de recursos envolvidos, acabou sendo mesmo os projetos eólicos. A disposição de diversificar não vai tirar entretanto a CPFL da disputa por Belo Monte.
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