O evento internacional de energia “A jornada de transformação de Smart Grid”, foi realizado pela primeira vez no Brasil, na sede da CPFL Energia, em Campinas, na última terça-feira de junho. Organizada pela Global Intelligent Utility Network Coalition (GIUNC), maior coalizão global de redes inteligentes, liderada pela IBM, a iniciativa teve por objetivo reunir líderes globais e autoridades do governo para debater temas como o futuro do setor e as transformações de Smart Grid, melhores práticas e questões críticas para o mundo, entre elas, como construir um futuro energético sustentável.
Para dar início à jornada, Guido Bartels, líder global do segmento de energia da IBM, e Wilson Ferreira Jr, presidente da CPFL Energia, falaram sobre o momento atual do setor elétrico no Brasil, o desafio de alcançar maior eficiência energética e enfatizaram que a discussão é um marco para a introdução da tecnologia de Smart Grid no país.
Um dos pontos de destaque da discussão foi a questão da eficiência energética, exigência do mercado brasileiro, que terá que dobrar a sua capacidade de geração nos próximos anos. “Depois que o país saiu do 11º para o 7º lugar no ranking mundial de consumo de energia, a redução de perdas, fraudes e interrupções virou pré-requisito para as concessionárias, e o SmartGrid é uma plataforma capaz de viabilizar este desafio”, destacou Wilson Ferreira Jr, presidente da CPFL Energia.
“Com um ambiente regulatório estável, gestão setorial equilibrada e boas perspectivas de crescimento, esse é momento para o setor apostar em investimentos robustos. A CPFL Energia está investindo R$ 215 milhões, até o fim de 2013, em Smart Grid”, complementou o executivo.
Entre os temas de debate em torno do uso de redes inteligentes, o destaque foi para a importância de mapear o comportamento e o perfil dos clientes para moldar o sistema e adequá-los à nova realidade, envolvendo-os na geração de energia e mostrando que eles possuem um papel fundamental de deveres e direitos nessa infraestrutura. Como tratar a regulamentação para essa nova tecnologia, foi um outro assunto abordado. Já que as iniciativas ainda estão em estágio inicial em todo o mundo, não há modelos de sucesso em outros países da melhor forma de lidar com essa questão, apenas exemplos de incentivo do uso da ferramenta.
“A criação de novos aparelhos eletrônicos, o aumento populacional e o rápido crescimento econômico faz com que a demanda por energia em todo o mundo aumente significativamente e com muita rapidez. É preciso, portanto, reunir todo o ecossistema do setor, desde as concessionárias até o governo e startups (empresas iniciantes) para ajudar o mundo a ser mais inteligente, equilibrando geração de energia e impacto ambiental”, disse o diretor do segmento de Energia da IBM Brasil, Newton Tanaka.
De acordo com o relatório International Energy Outlook 2010 (http://www.eia.doe.gov/oiaf/ieo/highlights.html), o mercado mundial de consumo de energia deve crescer 49% de 2007 até 2035 e, nos países emergentes, a demanda de energia deve aumentar em 84% contra 14% nos mercados maduros. Atualmente, o Brasil vive um momento de estudos dos modelos de tarifação adotados nos outros países para identificar a melhor formar de empregá-los em território nacional.
A redução de perdas técnicas na transmissão e não técnicas relacionadas aos furtos de energia é outra preocupação. Segundo dados da consultoria Frost & Sullivan, as perdas globais com roubo de energia chegam a US$ 5 bilhões.
Como anunciado durante o GIUNC (http://www-03.ibm.com/press/br/pt/pressrelease/35005.wss), entre os benefícios que o Smart Grid pode prover estão: identificação mais rápida de fraudes, falhas e perdas de energia; maior rapidez e automatização na conexão e desconexão de serviços; redução do tempo médio de atendimento; além de poder conhecer, em tempo real, o perfil de seus consumidores. E para o usuário, o benefício está em proporcionar um melhor planejamento e gerenciamento do consumo através da utilização de tarifas diferenciadas em horários que não são de pico.