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"Soubemos de planos do Governo Federal para incentivar o biodiesel e achamos que o pinhão manso servia pra nós. Ele se adapta à agricultura familiar e a solos de baixa fertilidade, caso de várias propriedades de cooperados", explica o coordenador do Projeto Biodiesel da Coval, Adãonete Aquino.
De lá pra cá, os agricultores se moblizaram na busca de conhecimento técnico e conquistaram o apoio de instituições como o Sebrae em Minas, o Cetec e a Universidade de São Carlos. "Como a planta tinha ainda poucos estudos, não conseguimos financiamento do governo. Agora a universidade está realizando pesquisas", conta Aquino.
A experiência uniu 20 dos 280 cooperados da Coval, que hoje têm 20 hectares plantados. "Ainda este ano chegaremos a 60 hectares e, até 2009, nossa meta é a adesão de 200 produtores com 700 hectares plantados no total", prevê o coordenador do projeto.
Segundo ele, o biodiesel ainda enfrenta o receio de grande parte dos agricultores. "À medida que conseguimos mostrar vantagens, a confiança aumenta. Em breve poderemos dar garantia de compra e de preço mínimo", diz Adãonete.
O produtor José Francisco Rodrigues quer ver mais pinhão manso em sua propriedade. "Mesmo que o biodiesel produzido sirva só para as máquinas da fazenda, vale a pena. O nosso gasto com diesel é muito grande", avalia. Segundo Adãonete Aquino, cerca de 50% dos custos dos produtores vêm da compra de combustível.
O cultivo ainda tem a vantagem de poder ser consorciado com o pasto e por isso permitir que os agricultores da Coval continuem com sua principal atividade, o leite. Por enquanto, a renda do pinhão manso é conseguida com a venda de sementes. Mas, assim que a produção ganhar corpo, a cooperativa pretende começar a fazer o primeiro esmagamento das castanhas para comercializar o óleo bruto. "No futuro, dependendo de como for a evolução do biodiesel, poderemos até pensar em produzir o combustível em uma usina própria", antecipa Aquino.
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