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Conheça o processo de análise que antecedeu o aumento do etanol anidro na gasolina

MME
31/03/2015 19:25
Conheça o processo de análise que antecedeu o aumento do etanol anidro na gasolina Imagem: Agência Petrobras Visualizações: 164

Desde o último dia 16 de março, vigora em todo o País a mistura de 27% de etanol anidro na gasolina C. Esta mudança foi resultado da alteração da legislação, no ano passado, com a publicação da Lei nº 13.033, em 25 de setembro de 2014, que condicionou o aumento da mistura à comprovação de sua viabilidade técnica. A mudança somente foi concretizada após diversos testes - feitos a pedido do governo e também pelas entidades representantes dos fabricantes de carros, motos e autopeças, os quais apontaram a viabilidade técnica e ambiental da utilização de gasolina com 27,5% de etanol anidro.

Para avaliar se o aumento era viável, o Ministério de Minas e Energia (MME) solicitou à Petrobras que realizasse, em seu Centro de Pesquisas (CENPES), a avaliação dos impactos decorrentes do aumento do teor de mistura de etanol anidro misturado à gasolina comercializada no País. Para conduzir esse estudo e garantir transparência e participação direta dos entes interessados, um Grupo de Trabalho foi constituído para este fim, coordenado pelo MME, com as participações do Ministério da Agricultura (MAPA) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), além de representantes da Petrobras, das associações dos fabricantes e importadores de veículos automotores e motociclos (ANFAVEA, ABRACICLO, ABEIFA) e dos produtores de etanol (UNICA), assim como os institutos INMETRO e INT.

Para cumprimento da avaliação solicitada à Petrobras, os técnicos do CENPES elaboraram um Plano de Trabalho que foi submetido ao GT, que aprovou seus termos. Os testes e ensaios foram realizados no segundo semestre de 2014, e incluíram avaliação de quatro diferentes teores de mistura (22%, 25%, 27,5% e 30%, em volume), de etanol anidro combustível.

Estudos e amostra de veículos e motos

Os estudos avaliaram as variações em emissões; autonomia e desempenho (partida e dirigibilidade a frio e retomada de velocidade) em veículos e motocicletas; desempenho em motor em banco de provas; e ensaios analíticos de lubricidade e goma das misturas.

A amostra de veículos e motos selecionada para os testes foi pensada para representar a real frota que está em circulação no país. A escolha dos veículos foi submetida e aprovada pela ANFAVEA e a ABRACICLO, e essas entidades ofereceram adicionalmente outros veículos para complementação dos resultados, que ensejaram a elaboração de um relatório complementar.

Os resultados dos testes realizados pelo CENPES/Petrobras foram consolidados no relatório “Efeitos do E27,5 e do E30 em Veículos, Motocicleta e Motor à Gasolina”, entregue em 2 de outubro de 2014. Posteriormente, este relatório foi complementado por dois documentos, um com a avaliação de outros quatro veículos cedidos pela ANFAVEA e, outro, com a avaliação em dois motociclos de fabricante diferente daquele testado anteriormente. Os relatórios, em anexo, que integram a avaliação do CENPES sobre a questão são:

•             RT DPM 008/14 – “Efeitos do E27,5 e do E30 em Veículos, Motocicletas e Motor à Gasolina”

•             RT DPM 010/14 – “Estudo do E27,5 em veículos cedidos pela ANFAVEA”

•             RT DPM 020/14 – “Estudo do E27,5 em motocicletas Yamaha”

Além dos testes realizados pela Petrobras, também foram consultados os fabricantes de autopeças. A pedido das entidades fabricantes de carros e motos, o Grupo de Trabalho encaminhou ao Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (SINDIPEÇAS) questionamentos específicos para assegurar a garantia dos componentes em contato com o combustível. No dia 1º de outubro de 2014, o Sindipeças encaminhou resposta aos questionamentos, informando que  “Foi avaliado que o (...) desgaste prematuro que em teoria seria previsto, na prática se tornará desprezível e não perceptível ao usuário final, devido à pequena alteração do teor de etanol anidro em questão, desde que a qualidade do combustível atenda aos requisitos da respectiva norma da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ou seja, o funcionamento do produto continuará garantido e o impacto em termos de vida útil pode ser considerado similar às condições atuais de mercado”.

Algumas montadoras estão conduzindo testes de durabilidade em veículos próprios e com a maior parte dos testes de durabilidade que estão sendo conduzidos pela indústria automotiva, tampouco houve sinalização de quaisquer problemas. As montadoras que estão fazendo novos testes são Fiat (Brava Tjet e 2 Punto Tjet); FORD (Fusion 2.0 EcoBoost; Fusion 2.0 Hybrid; e Edge 3.5); GM (Camaro e  Malibu); VW (CC, Fusca, Golf, Jetta, Passat, Tiguan, Touareg, Passat Variant); Renault (Fluence GT); e Toyota (Prius).

A conclusão dos estudos realizados pela Petrobras e o estágio alcançado nos testes já realizados pelas montadoras ensejaram, no dia 13 de fevereiro, a assinatura de ofício conjunto das principais associações envolvidas com a questão (ANFAVEA e UNICA). No comunicado ao Governo, as entidades manifestam concordância com a alteração para 27% da mistura de etanol anidro à gasolina comum comercializada no País, preservando-se a gasolina Premium (de alta octanagem) com o teor de 25% de etanol anidro.

A ANFAVEA solicitou ao Governo Federal que fosse mantido o percentual de mistura de 25% na gasolina Premium (de alta octanagem) para abastecimento da frota de veículos importados de alta performance, até que fossem concluídos os testes de durabilidade nos veículos citados. Trata-se de um mercado restrito que já utiliza este combustível, uma vez que são únicos veículos cujos fabricantes recomendam expressamente em seus manuais a utilização desta gasolina.

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