Redação/Assessoria
De acordo com os dados apresentados hoje (24/04) pela FGV Energia e a FGV Projetos, no lançamento do Caderno de Métricas Industriais para o Desenvolvimento do Setor de Óleo e Gás no Brasil, o impacto do setor de óleo e gás na economia do país ainda é pequeno, quando comparado ao grande potencial da indústria.
A análise dos dados socioeconômicos, em consonância com a contextualização político-econômica, baseada em uma metodologia bem estruturada, demonstra a necessidade da construção de um sistema de indicadores sobre o setor de óleo e gás no Brasil.
Os dados listados no caderno apontam ainda que é fundamental o aporte de mais investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), mudanças no conteúdo local dos projetos e uma ampliação das políticas industriais voltadas para o setor petrolífero nacional.
Principais destaques do Caderno:
A contribuição do setor de óleo e gás para o PIB é de 4% pela metodologia proposta pela FGV, mas poderia ser maior caso houvesse melhor planejamento das iniciativas, induzindo o setor a se capacitar para atender as demandas de maior valor agregado nacionalmente.
A questão do conteúdo local se tornou um grande empecilho para as empresas do setor de óleo e gás no Brasil. De acordo com dados do Caderno, entre 2011 e 2016 foram aplicadas 110 multas que, somadas, chegam ao valor de R$ 355,3 milhões.
Na avaliação dos especialistas responsáveis pelo Caderno, o conteúdo local deve ser instrumento de uma política industrial para um setor, e não a política industrial em si. Como observado em casos de sucesso (Noruega e Reino Unido), o conteúdo local deve andar junto com outras medidas capazes de elevar o grau de competitividade dos fornecedores brasileiros. Destacam-se entre essas medidas o incentivo às empresas de petróleo a participarem de projetos de PD&I com universidades e instituições de pesquisa locais e a abertura do mercado às empresas estrangeiras, determinantes no desenvolvimento da capacidade industrial local.
Com relação à demanda por emprego, a atividade socioeconômica do setor de óleo e gás no Brasil mostra que a produção e a instalação de equipamentos e serviços subsea, além de projetar, fabricar e instalar módulos e topsides, são as atividades que mais empregam mão de obra no país.
Mesmo com a queda no número de vínculos empregatícios, a renda média do trabalhador do setor de óleo e gás se manteve estável em um patamar que é 5,8 vezes a renda média dos empregados formais do Brasil.
Em 2015, os setores de extração e produção e de refino de óleo e gás empregavam aproximadamente 92 mil pessoas diretamente. Houve grande variação entre o início dos anos 2000 até o ano de 2015, com o total de ocupações saindo de 40 mil para 98 mil em 2012, ano de pico na série. Porém, observa-se que o setor de extração e Produção foi o responsável por este aumento enquanto o setor de refino se manteve constante ao longo do período.
O histórico das políticas industriais para o setor de óleo e gás adotadas no Brasil pode influenciar os valores adicionados das atividades do setor. O Valor Adicionado (VA) dos setores de produção e refino de petróleo entre 2005 e 2015 flutuou em torno de 2,2% do PIB nacional.
Com exceção dos anos de 2011 e 2012, os setores do comércio de combustíveis e lubrificantes apresentaram participação do VA direto no PIB Nacional acima de 0,70%, sendo o comércio varejista o setor que mais contribuiu para este indicador.
O valor total acumulado para investimentos em PD&I no período de 1998 até o 4º trimestre de 2017 foi de R$ 13,3 bilhões. Desse montante, a Petrobras foi responsável por cerca de R$ 12,3 bilhões e as demais empresas petrolíferas por R$ 988 milhões.
De 2001 a 2010, as oito empresas com maior número de pedidos de patentes no Brasil no setor de óleo e gás foram Baker Hughes, Halliburton, Prad Research and Development, Shell, Petrobras, Vetco Gray, Schlumberger e Cameron.
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