A atividade da indústria voltou a crescer em julho. O faturamento aumentou 0,6% e as horas trabalhadas na produção tiveram alta de 1,2% na comparação com junho, de acordo com dados sem influências sazonais. As informações são da pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta terça-feira (6), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O levantamento mostra que, enquanto o faturamento cresceu pelo segundo mês consecutivo, as horas trabalhadas registraram aumento após dois meses seguidos de queda.
Mesmo com a expansão em julho, sobre o mês anterior, desses dois indicadores, que estão mais diretamente ligados à atividade industrial, a utilização da capacidade instalada (UCI) recuou 0,3 ponto percentual no período, segundo dados dessazonalizados. Enquanto a indústria operou no mês de junho, em média, com 82,4% de UCI, a capacidade instalada foi de 82,1% em julho.
O gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, disse que o recuo da UCI confirma o arrefecimento da atividade industrial nos últimos meses. “A tendência é de que essa desaceleração continue. Teremos um Natal menos favorável à indústria brasileira, com maior consumo de produtos importados”, previu.
Já o mercado de trabalho ficou estável na indústria. O indicador do emprego sem influências sazonais avançou apenas 0,1% em julho ante o mês anterior. A massa salarial e o rendimento médio real do trabalhador da indústria tiveram aumento no período de 3,5% e 3,3%, respectivamente, de acordo com indicadores sem ajuste sazonal.
Faturamento
Entre os 19 setores analisados, na comparação com o mesmo mês do ano passado, há piora no faturamento em julho para oito deles, entre os quais máquinas, aparelhos e materiais elétricos e papel e celulose.
Nas horas trabalhadas, houve queda, comparativamente a julho de 2010, em 13 segmentos, com declínio mais forte em madeira, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, couro e calçados.
Já o emprego cresceu para a maioria dos setores nessa comparação. Apenas cinco segmentos industriais registraram queda, incluindo madeira e edição e impressão.
O setor de máquinas e equipamentos acelerou o faturamento de 2,7% entre junho último e junho de 2010 para 4% entre julho de 2010 e julho passado, mas na mesma comparação o indicador de horas trabalhadas desacelerou de 0,7% para 0,4%. “O maior crescimento do faturamento face à perda de dinamismo das horas trabalhadas e maior ociosidade do parque industrial sinaliza um aumento de produtos importados na cadeia de produção de bens de capital”, diz a pesquisa.