A China, em sua necessidade de estabilizar o fornecimento de combustível, está tentando estabelecer relações diretas com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), declarou um funcionário do Ministério de Assuntos

Exteriores. Zhai Jun, assistente do ministro de Exteriores Li Zhaoxing, confirmou que seu país está tentando estabelecer "um mecanismo de negociação com a Opep". "Só através dele poderemos ter a segurança e a estabilidade de nossas importações de petróleo", afirmou.

A China importa, atualmente, aproximadamente 6% do petróleo que é comercializado no mercado mundial, segundo informou o próprio Zhai

no fórum estratégico árabe realizado em Dubai (Emirados Árabes Unidos). "Atualmente, estamos nos preparando para estabelecer um mecanismo de diálogo com os produtores de petróleo", disse. "Queremos participar tanto quanto for possível em alguns dos grandes processos de decisões do cenário mundial", acrescentou.

Em dezembro do ano passado, durante a visita à China do xeque Ahmad Fahad Al-Ahmad Al-Sabah, representando a Opep, ambas as partes já haviam conversado sobre a "institucionalização" de suas relações, devido à crescente importância da China como importador de gás e petróleo.

Ao aumentar sua participação como consumidor, a China procura ter um peso maior nas decisões do preço mundial de alguns recursos naturais, como o ferro. Ao mesmo tempo, procura manter reservas petrolíferas em seu território, e diversificar suas linhas de fornecimento na África, América do Sul e Ásia Central.

Em 2005, o gigante asiático importou 136 milhões de toneladas de petróleo, e produziu 181 milhões para abastecer um consumo de 318 milhões de toneladas, segundo números oficiais do governo chinês.