Internacional

China admite blecautes propositais para economizar energia e cumprir metas

O chefe negociador da China para as negociações sobre mudança climática, Xie Zhenhua, admitiu que o governo de Pequim ordena blecautes forçados em algumas cidades do país para aumentar a eficiência energética nacional e cumprir metas contra a mudança climática.

Redação/ Agências
05/10/2010 12:48
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O chefe negociador da China para as negociações sobre mudança climática, Xie Zhenhua, admitiu que o governo de Pequim ordena blecautes forçados em algumas cidades do país para aumentar a eficiência energética nacional e cumprir metas contra a mudança climática.


Esse fato "mostra o quão duras são as medidas para as autoridades locais", destacou em entrevista coletiva Zhenhua, citado nesta terça-feira (5) pela agência oficial Xinhua.


Os blecautes propositais, dos quais o jornal britânico The Guardian já havia informado recentemente, são ordenados para cumprir o objetivo chinês de reduzir a intensidade energética em 5% por ano a fim de conseguir uma redução total de 20% no Plano Quinquenal 2006-2010, que está prestes a expirar.


As autoridades chinesas já destacaram em anos anteriores que estava complicado cumprir essa meta. Por isso, estariam sendo tomadas medidas mais drásticas que, sem ter efeitos em longo prazo, pelo menos conseguem se enquadrar nos números propostos.
 

O negociador reconheceu a dificuldade da medida e admitiu que os blecautes arbitrários "devem ser evitados". Ele é também vice-presidente da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento - principal organismo chinês de planejamento econômico e responsável, portanto, do cumprimento dos planos quinquenais.


Zhenhua, anfitrião nesta semana da última rodada de negociações internacionais anteriores à Cúpula sobre Mudanças Climáticas de Cancún, no México, ressaltou que as delegações acreditam que a reunião terá acordos concretos.


Ele assinalou que é possível conseguir acordos em temas como financiamento em longo prazo de países desenvolvidos a nações em desenvolvimento, transferência de tecnologia no entre essas nações e proteção florestal.


O representante chinês, no entanto, criticou os "duros padrões" que os países desenvolvidos querem impor aos territórios em desenvolvimento para pôr em prática planos de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa.


- [Essas negociações] vão contra o princípio de igualdade e o de responsabilidades comuns mas diferenciadas entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento.


Ele indicou que esse princípio, repetido sempre pela China nas negociações, defende que nações em desenvolvimento - inclusive potências emergentes como China, Índia e Brasil - não devem ser obrigadas a reduzir emissões em um número determinado, mas devem fazê-lo voluntariamente e de acordo com suas condições econômicas.


Nesta semana, 3.000 representantes se reúnem em Tianjin (a 150 km da capital Pequim) para realizar discussões prévias à Cúpula de Cancún, que ocorrerá em novembro e dezembro.
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