Segunda maior petrolífera dos EUA, a Chevron anunciou nesta terça-feira o início, no sábado (20) da produção de óleo cru no campo de Frade, na bacia de Campos (RJ), o primeiro desenvolvimento em águas profundas operado pela empresa no Brasil. Estimado em US$ 3 bilhões, o projeto deverá at
Da RedaçãoSegunda maior petrolífera dos EUA, a Chevron anunciou nesta terça-feira o início, no sábado (20) da produção de óleo cru no campo de Frade, na bacia de Campos (RJ), o primeiro desenvolvimento em águas profundas operado pela empresa no Brasil.
Estimado em US$ 3 bilhões, o projeto deverá atingir o pico de produção de 90 mil barris diários de óleo cru e gás natural liquido em 2011.
A Chevron detém 51,74% de participação na operação do campo, que contém aproximadamente 200 a 300 milhões de barris de óleo recuperável. São parceiros da companhia nesse projeto a Petrobras, com 30% e a Frade Japão Petróleo Limitada (FJPL), com 18,26%.
“Frade é um marco para a Chevron e estabelece uma base significativa para o crescimento da companhia no Brasil”, afirmou o presidente da Chevron no Brasil, George Buck.
Descoberto pela Petrobras em 1986, o campo está situado na Bacia de Campos, numa lâmina d’água de cerca de 3.700 pés (1.128 m), a aproximadamente 230 milhas (370 km) a nordeste do Rio de Janeiro. O óleo no campo é do tipo pesado, com cerca de 18 graus API.
Segundo a Chevron, o petróleo extraído no Brasil será exportado e o gás natural, vendido no mercado interno brasileiro pela Petrobras, que injetará o produto na malha nacional de gasodutos. "Gostaríamos de vender o óleo no Brasil. Mas trata-se de um óleo pesado e as refinarias nacionais estão configuradas para óleo leve", comentou. “Essa decisão depende também dos parceiros”, observou.
Segundo o executivo, enquanto busca outras oportunidades no mercado para continuar seu crescimento no país, a companhia planeja investir durante os próximos dez anos US$ 5 bilhões na área de exploração e produção no Brasil em seus cinco projetos de produção offshore que mantém em parceria com a Petrobras e a Shell: Papa-Terra e Maromba, estes apenas com a estatal em Campos; e Atlanta e Oliva com Petrobras e Shell, em Santos; além do Frade, em Campos, com Petrobras e FJPL. “Estamos estudando também uma estrutura de pré-sal na área de concessão de Frade”, comentou Buck.
Segundo o executivo há um grande interesse em ampliar a presença da companhia no Brasil, mesmo levando em consideração uma redefinição do marco regulatório do setor de petróleo. “Nossos investimentos poderão subir de acordo com as oportunidades que surgirem no mercado. Qualquer que seja o modelo definido, o importante é que não seja restritivo ao investimento", disse.
“A Chevron opera em outras regiões do mundo mediante o modelo de partilha”, comentou a diretora de Novos Negócios, Patrícia Pradal “O modelo brasileiro é um modelo estável e de sucesso, representa um avanço muito grande para o setor. O governo saberá escolher o marco regulatório adequado, sem afugentar os investidores”, acrescentou.
"A Chevron vai observar as oportunidades em cada projeto e tem interesse em continuar investindo no Brasil. A decisão de investimento não está ancorada no modelo, e sim na oportunidade do negócio", comentou, lembrando a construção, no Brasil de três embarcações de apoio, o Skandi Salvador, o Campos Carrier e o Campos Contender, além da criação de uma base da Brasco, em Niterói. “Em qualquer lugar em que a Chevron trabalha estaremos sempre interessados em trabalhar o conteúdo local e acessar o maior número possível de fornecedores locais”.
“Obviamente, além do óleo, o mais importante nesse projeto é a experiência compartilhada pelas empresas”, comentou o gerente do Ativo de Produção de Albacora Leste da Petrobras, Huáscar Padilha.
No desenvolvimento submarino de Frade, os poços estão ligados a um FPSO (sistema flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo) com capacidade de processar 100.000 BOPD e armazenar 1,5 MM de barris de óleo. A exportação do óleo cru será feita por intermédio de navios-tanques, enquanto o gás natural será transportado através da infraestrutura local de gasodutos.
Características do Projeto Frade
Localização: Bacia de Campos, 230 milhas (370 km) a nordeste do Rio de Janeiro
Profundidade: 3.700 pés (1.128 m)
Parceiros: Chevron (51,74%), Petrobras (30%) e Frade Japão Petróleo Limitada (FJPL), com 18,26%.
Capacidade de produção do FPSO e especificações da produção
Programa de Perfuração
12 poços produtores horizontais
7 poços injetores de água
FPSO
Convertido de um VLCC (very large crude carrier)
Comprimento: 337 m
Largura: 54,5 m
Profundidade: 28 m
Líquidos (BLPD) 150.000
Óleo (BOPD) 100.000
Gás (MMSCFD) 36
Elevação com gás (MMSCFD) 87
Água produzida (BWPD) 130.000
Injeção de água (BWPD) 150.000
Gravidade API 19-22
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