Empresas executarão conteúdo local mínimo.
Diário do Nordeste
A utilização de bens e serviços nacionais durante os trabalhos executados nos blocos arrematados ontem (14) da Bacia Cearense, em leilão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), deverá ser a mínima exigida pela ANP.
Conforme as determinações da agência, 31% dos bens e serviços necessários para a exploração de águas profundas - como é o caso dos blocos da bacia cearense - têm de ser brasileiros.
As empresas que garantissem um percentual maior durante a apresentação das propostas no leilão receberiam mais pontos no processo de seleção. Contudo, as companhias vencedoras dos blocos do estado apresentaram o percentual mínimo necessário, mesmo que isso, no que se refere à pontuação, representasse risco maior.
Para a diretora geral da ANP, Magda Chambriard, a postura das companhias se deveu ao maior grau de cautela das empresas, neste ano, como forma de evitar multas caso descumprissem o percentual apresentado.
Nas últimas rodadas, disse, diversas empresas tentaram se beneficiar apresentando maior uso dos serviços brasileiros, mas acabaram não cumprindo as metas e foram multadas pela agência.
O conteúdo local - item que contempla o uso de bens e serviços nacionais - teve peso de 20% no leilão de ontem, enquanto o bônus de assinatura - quanto as empresas pagariam pelo bloco almejado - e o programa exploratório mínimo - as intervenções previstas para serem feitas durante a exploração - tiveram ambos peso de 40%.
Ministro enaltece Ceará
Presente à abertura da 11ª Rodada de Licitações da ANP, o ministro de Minas e Energias, Edison Lobão, referiu-se ao Ceará como um "estado promissor" do ponto de vista energético, destacando o potencial para a energia eólica. "Estamos avançando em muitos segmentos ali (no Nordeste) e não se pode falar em desenvolvimento da região nordestina sem incluir o Ceará", comentou.
Questionado sobre o funcionamento das térmicas nos próximos meses, com o fim do período chuvoso e a continuidade da seca no Nordeste, o ministro optou por não falar sobre o assunto, limitando-se a reiterar que não existe perspectiva de racionamento neste ano.
Chevron vai investir US$ 13 milhões no estado
A empresa Chevron Brazil, que arrematou um bloco da Bacia do Ceará ontem, através de um consórcio com a Ecopetrol (participação de 50% para cada) prevê construir um poço no bloco adquirido (CE-M-715) em um prazo de três a cinco anos. A companhia deverá investir em torno de US$ 130 milhões no bloco adquirido, dos quais US$ 100 se destinarão à perfuração do poço, enquanto o restante será empregado em estudos necessários para analisar o potencial do bloco.
De acordo com a diretora gerente da unidade de negócios da Chevron na América Latina, Kelly Hartshorn, as intervenções na área serão feitas daqui a aproximadamente um ano, após algumas análises e processos de contratação. Conforme Kelly, os custos serão divididos igualmente entre as duas companhias, embora seja a Chevron quem vai assumir o papel de operadora.
Segundo a diretora, a escolha pelos blocos no Estado se deu após análises feitas pela companhia nos últimos anos. "Gostamos do potencial da área", comentou. Nas próximas rodadas em que a bacia do Ceará for contemplada, disse, a Chevron poderá fazer lances novamente, caso a região se mostre realmente viável. Ela informou ainda que, daqui a em torno de cinco anos, a Chevron poderá executar "projetos sociais" na região onde perfurará o poço, em áreas como educação e iniciativas voltadas para jovens ou mulheres.
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