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Brasil só tem sete anos de auto-suficiência em petróleo

Segundo os dados apresentados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), nesta quinta-feira (02/09), se não houver acréscimo de reservas e de produção nos próximos anos, a auto-suficiência brasileira em petróleo será alcançada em 2006, mas só poderá ser mantida durante seis ou sete anos.


02/09/2004 03:00
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Segundo os dados apresentados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), nesta quinta-feira (02/09), se não houver acréscimo de reservas e de produção nos próximos anos, a auto-suficiência brasileira em petróleo será alcançada em 2006, mas só poderá ser mantida durante seis ou sete anos. A variação depende ainda do crescimento do país: quanto mais cresce a economia, mais cresce a demanda de petróleo e o período de auto-suficiência diminui.
Apesar do quadro inicial parecer assustador, o diretor da ANP, John Forman, e o superintendente Milton Franke, afirmam que a tendência é de que sejam feitas novas descobertas no Brasil e defendem a realização das rodadas de licitação da ANP como forma de estimular essas descobertas. "Além de garantir a sustentabilidade da auto-suficiência, a constante incorporação de reservas por meio das licitações, promove a estabilidade da demanda de equipamentos, serviços e pessoal e evita que o crescimento da indústria seja apenas momentâneo", comentou Forman.
Milton Franke explica que a projeção de auto-suficiência para 2006, praticamente, já foi atingida. "Ela é decorrende de campos que já estão em produção e de descobertas feitas em campos adquiridos na rodada zero", comenta. O diretor ressalta que a indústria de petróleo é de longo prazo e que as licitações de agora, com as futuras descobertas nos próximos cinco anos, é que vão contribuir para que o declínio da atual curva de auto-suficiência não aconteça ainda em 2013.  
Informações do diagnóstico de demanda de bens e serviços do Prominp, divulgadas pela ANP, identificam a necessidade de atrair mão-de-obra qualificada de outros países. "Não há tempo de formar engenheiros especializados para atender as necessidades da indústria tão rapidamente", afirma Forman. A continuidade permite que profissionais brasileiros ocupem novos postos de trabalho qualificado que venham a surgir, mas se houver paralisação no desenvolvimento da indústria petrolífera, esses postos deixarão de existir no futuro.
Apesar da preocupação com a relação entre reservas e produção, o Brasil é um país muito pouco explorado. Apenas 3% da área de bacias sedimentares brasileiras está em exploração e as reservas totais provadas do Brasil são de 12,6 bilhões de barris de óleo e gás, sendo 10,5 bilhões de barris de petróleo. Com base no consumo atual, a quantidade de petróleo significa uma reserva de 18 anos de abastecimento. "Não há perigo de estarmos explorando demais", afirma Franke.
Embora a realização da sétima rodada no ano que vem seja incerta, Franke afirma que "a ANP continuará trabalhando para estar preparada, caso a decisão seja a favor da licitação".
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