Biodiesel

Brasil Ecodiesel quer adotar menos soja

Valor Econômico
07/03/2007 03:00
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A Brasil Ecodiesel decidiu investir na produção própria de matérias-primas para reduzir a dependência em relação à soja comprada no mercado e elevar a rentabilidade. Neste ano, a empresa vai plantar 3,5 mil hectares de pinhão-manso em fazendas próprias em Tocantins, Ceará, Piauí, Maranhão, Bahia e Norte de Minas Gerais. O ano passado, a empresa cultivou 354 hectares da cultura para avaliar produtividade. 

"O pinhão-manso é uma cultura que foi comercial até o início do Século XX e ficou abandonada. Para iniciar a produção em larga escala foi necessário fazer testes", afirmou Ricardo Vianna, diretor financeiro da Brasil Ecodiesel. Conforme ele, a empresa também deve elevar o número de agricultores familiares que fornecem oleaginosas dos atuais 34 mil para 100 mil até 2008. 

Em 2006, segundo Vianna, 95% da produção de biodiesel da empresa foi feita com soja adquirida de esmagadoras e grandes produtores. A meta é que os agricultores familiares passem a responder por 40% da matéria-prima utilizada, a produção própria responda por 15% a 20% e o restante seja adquirido no mercado. 

"Uma rentabilidade na faixa de 15% é o mínimo que gostaríamos de obter neste ano", afirmou. Em 2006, o preço médio do litro do biodiesel foi de R$ 1,80, com custo de R$ 1,50, o que garantiu rentabilidade média de 20%. À época, o litro do óleo de soja situava-se entre R$ 1,20 e R$ 1,25. Ontem, o litro do produto saiu a R$ 1,40 no mercado à vista de São Paulo, segundo a Safras&Mercado. "A idéia é adotar matérias-primas alternativas e reduzir a dependência da soja, que sofre muita oscilação por conta do mercado internacional." 

No ano passado, a Brasil Ecodiesel comercializou 34,451 milhões de litros de biodiesel, produzidos em Floriano (PI). Em dezembro, o grupo inaugurou as unidades de Crateús (CE) e Iraquara (BA), cada uma com capacidade para 118,8 milhões de litros/ano. 

A empresa também iniciou a construção de três usinas, em Porto Nacional (TO), Rosário do Sul (RS) e Itaqui (MA), cada uma com capacidade para 118 milhões de litros/ano e inauguração prevista para abril ou maio e uma unidade em Dourados (MS). Com tais projetos - que terão aporte de R$ 80 milhões, ante R$ 100 milhões em 2006 - , a empresa atingirá capacidade de 800 milhões de litros de biodiesel por ano. Desse total, 496 milhões já estão comprometidos com os leilões da Petrobras. 

Segundo Vianna, a Brasil Ecodiesel espera iniciar as exportações para os mercados americano e europeu e consolidar os embarques em 200 milhões a 300 milhões de litros de biodiesel por ano até 2010, quando a empresa planeja produzir em média 1 bilhão de litros por ano. 

Em 2006, a Brasil Ecodiesel registrou faturamento líquido de R$ 52,9 milhões, ante R$ 175 mil em 2005, e prejuízo líquido de R$ 38,092 milhões. No ano anterior, o prejuízo foi de R$ 334 mil. A empresa associou o resultado às despesas de R$ 27 milhões com o processo de abertura de capital e fornecimento de insumos aos agricultores familiares.

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