Energia Nuclear 2

Brasil desenvolve combustível atômico de última geração para Angra 3

O ano de 2015 representará um marco para o Brasil, afirmou ontem (24) o gerente de Análise Técnica do Combustível da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Márcio Adriano Coelho da Silva, ao participar do Simpósio Anual da Seção Latino-Americana da Sociedade Nuclear Americana (LAS/A

Agência Brasil
25/06/2010 10:55
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O ano de 2015 representará um marco para o Brasil, afirmou hontem  (24) o gerente de Análise Técnica do Combustível da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Márcio Adriano Coelho da Silva, ao participar do Simpósio Anual da Seção Latino-Americana da Sociedade Nuclear Americana (LAS/ANS), no Rio de Janeiro. Em 2015 deverá entrar em operação a Usina Nuclear Angra 3 e o país atingirá o ciclo completo do combustível nuclear avançado, relatou Márcio Silva. “A gente vai ter as três plantas trabalhando com o elemento combustível nuclear mais avançado.”

 

À Agência Brasil, o gerente revelou que a INB está trabalhando na terceira cascata do enriquecimento de urânio, mineral que é a base da energia nuclear. A empresa dispõe atualmente apenas do urânio extraído da mina de Caetité, na Bahia, cuja produção gira em torno de 400 toneladas anuais. “A INB está trabalhando para aumentar [a produção], fazer uma lavra profunda, e isso iria chegar perto de mil toneladas por ano”. Para isso, a empresa conta com a futura entrada em funcionamento da mina de Itataia, no Ceará, considerada a maior jazida de urânio do Brasil. A mina apresenta urânio associado com fosfato. O fosfato será retirado pelas empresas parceiras da INB para aplicação na agricultura e o urânio ficará com a estatal.

Márcio Silva informou que, somando a produção de urânio das minas de Caetité e Itataia, a extração poderia chegar a 1,2 mil toneladas/ano, “que é mais do que suficiente para atender às usinas Angra 1, 2 e 3 e pelo menos mais oito [usinas] que estão no planejamento estratégico até 2030”. Ele esclareceu que, hoje, o urânio de Caetité basta para suprir as duas usinas em operação mais Angra 3, cuja construção foi retomada este ano.

A INB está iniciando este ano o processo de contratação de profissionais especializados na área geológica e o treinamento de técnicos para elaboração de um novo mapeamento do território brasileiro. Não há, contudo, uma data fixada para o término da prospecção. Márcio Silva disse que existe um “potencial imenso, reconhecido internacionalmente”.

Até hoje, apenas 30% do território nacional foram prospectados na busca de novas jazidas de urânio. A mina de Caetité é um monopólio da INB. Márcio observou que, “mesmo com 30% do território nacional [prospectado], o Brasil tem a sexta reserva de urânio do mundo”. Com a revisão do mapeamento anterior, ele acredita que poderão ser descobertas novas reservas. “A INB está trabalhando nisso, não para uso imediato, mas para ter uma real visão do que temos aqui”.

O urânio das minas da INB terá sempre uma destinação pacífica, “sem dúvida nenhuma. Urânio para elemento combustível com enriquecimento de até 5%. A INB só tem licença para 5% [de enriquecimento]”, advertiu Márcio Silva.

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