Uma participação maior do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no crédito está em discussão no governo, em meio a esforços para elevar a taxa de investimento do país ante 2011, disse o presidente do banco de fomento.
"Há uma orientação da presidenta Dilma para elevar a taxa de investimento", disse a jornalistas nesta sexta-feira o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, após assinatura de um acordo de cooperação técnica entre o órgão e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
"Uma participação mais ativa do BNDES está em discussão no governo para este ano", afirmou Coutinho, afirmando que o objetivo é elevar a expansão dos recursos empregados na formação bruta de capital fixo para cima de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano.
Em 2011, mesmo com uma expansão de 4,7%, a taxa de investimento da economia doméstica recuou de 19,5 para 19,3%. Para Coutinho, um nível maior desse quesito é fundamental para que o Brasil cresça mais e o BNDES está disposto a participar de um esforço maior, se necessário.
"Vamos fazer o possível para fazer o PIB crescer 4% este ano", disse Coutinho. A meta do Ministério da Fazenda é de expansão de 4,5%, mas a previsão média do mercado no boletim Focus está em 3,3% para o ano.
Os desembolsos do BNDES totalizaram R$ 139,7 bilhões em 2011, uma queda anual de 17%. Segundo Coutinho, se houver aceleração do investimento, os desembolsos do BNDES podem crescer este ano.
Mudanças nas debêntures de infraestrutura
Coutinho disse também que o governo está fazendo mudanças no projeto de debêntures de longo prazo, uma das principais apostas para elevar o financiamento privado para infraestrutura.
"Há uma predisposição altamente favorável do governo às sugestões do setor privado", disse Coutinho. "Pode haver alguns ajustes em temas como custódia e estímulo à liquidez", completou.