A decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de manter a produção surpreendeu os investidores e fez os preços internacionais da commodity dispararem no pregão de ontem. O valor do barril esteve pressionado nas últimas sessões pela expectativa de grande parte dos analistas de que o cartel ampliaria a produção.
O contrato do WTI com vencimento em julho teve alta de US$ 1,65, para fechar no valor mais alto em uma semana, de US$ 100,74. O ativo para agosto subiu US$ 1,60, fechando o dia a US$ 101,29. O barril do Brent para julho ganhou US$ 1,07 ontem e encerrou o dia a US$ 117,85; já o vencimento de agosto subiu US$ 1,13, cotado a US$ 117,47.
No tão esperado encontro em Viena, os países membros da Opep não conseguiram chegar a um acordo sobre elevar ou reduzir o teto do volume produzido e decidiram manter a quantidade de barris atual.
O ministro saudita do petróleo, Ali Al-Naimi, disse a jornalistas que a Arábia Saudita, maior produtor do cartel, o Kuwait, o Qatar e os Emirados Árabes Unidos fizeram uma proposta de 1,5 milhão de barris a mais por dia. Segundo ele, Líbia, Angola, Equador, Argélia, Irã e Venezuela se opuseram ao acréscimo.
A agência Associated Press (AP) reportou que, segundo as autoridades da Opep, o grupo deixou aberta a opção de um encontro nos próximos três meses em que se pode decidir por um aumento na produção.
O limite de produção dos países membros do cartel, que respondem por aproximadamente 40% da produção mundial, está em 24,845 milhões de barris por dia desde janeiro de 2009.
Sem perspectiva de um aumento na oferta, o mercado ainda recebeu a notícia de um aparente avanço na demanda. Os estoques de petróleo dos EUA, maior consumidor mundial da commodity, recuaram em 4,8 milhões de barris na semana passada, em uma pressão a mais pela alta da commodity.