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Barril a US$ 50 é injustificável, segundo conclusão do Fórum Econômico Mundial

A eleição no Iraque e a decisão da Opep de manter sua produção inalterada fizeram o preço do petróleo leve americano cair 73 centavos, para US$ 46,45 o barril. Antes, durante o Fórum Econômico Mundial, diretores de empresas e dirigentes de países já concluiam que os riscos reais de falta

Com agências intern
31/01/2005 02:00
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A eleição no Iraque e a decisão da Organização dos Países Exportados Petróleo (Opep) de manter sua produção inalterada fizeram o preço do petróleo leve americano cair 73 centavos, para US$ 46,45 o barril. Antes, durante o Fórum Econômico Mundial, diretores de empresas e dirigentes de países já concluiam que os riscos reais de falta de petróleo são exagerados e não justificam o pico do preço do petróleo próximo a US$ 50 o barril.
Durante o Fórum, o presidente da Saudi Aramco, Abdallah S. Jum`ah, assegurou que seu país possui capacidade excedente para cobrir qualquer interrupção no fornecimento de petróleo. "Não existe falta de petróleo, se existir um problema de verdade fora da indústria de petróleo, é resultado da globalização da desinformação", disse.
Por outro lado, o diretor executivo da Total, na França, Thierry Desmarest, informou que a reserva de oferta de de petróleo baixou de 5% em 1990 para cerca de 1% e 1,5% no ano passado. "A contínua proximidade entre oferta e demanda encoraja a volatilidade dos preços e cada vez que há uma notícia de interrupção de suprimento há o aumento de dois ou três dólares no preço do barril", afirmou. Desmarest pediu "ação da comunidade internacional para moderar a demanda, com programas de economia de energia e de incentivo à substituição do petróleo" para reduzir a pressão no longo prazo.
Para diretor do Centro de Estudos de Petróleo da Unicamp, Saul Suslick, qualquer substituição aos combustíveis fósseis só será viável se obedecer a regras de mercado ou exigências ambientais. "Voluntariamente ninguém vai adotar nenhum programa alternativo, é preciso que ele obedeça regras de mercado e o petróleo ainda é muito competitivo", garante o professor. Segundo Suslick, o mundo atravessa um choque de demanda em razão do crescimento dos emergentes China e Índia, mas a oferta ainda supera em 2,5% ou 3% a demanda, segundo dados da EIA.
"Sem dúvida, em função dos impactos da globalização, o 11 de setembro, a guerra do Iraque e outros fatores, os riscos aumentaram. Mas pergunto se isso não é mais uma questão de percepção, e fico surpreso quando o preço sobe um ou três dólares em função de um incidente menos relevante como, por exemplo, um seqüestro ou um duto quebrado no Delta do Mar Negro", questionou o Ministro das Finanças da Nigéria, Ngozi Okonjo-Iweala.
O cenário apresentado por Suslick mantém o petróleo respondendo por cerca de 50% da matriz energética mundial pelos próximos anos e prevê uma transição "muito suave" para o uso de novos recursos energéticos. O professor duvida de que o mundo chegue a ver a exaustão do recurso petrolífero e destaca: "O gás natural já é passo nessa transição e o Protocolo de Kyoto exige muito melhor qualidade dos derivados petrolíferos que poderão a ser substituídos no futuro."

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