Folha de Londrina
A redução de gastos com energia elétrica é uma preocupação dos grandes consumidores como as indústrias. Ontem, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) realizou um evento para debater o programa ''Geração na Ponta'' da Petrobras. O projeto prevê a utilização de motores a diesel durante o horário de pico (18 às 21 horas) por grandes e médias empresas para reduzir custos. Desde o início, em fevereiro de 2006, 25 empresas no Brasil já aderiram ao programa com a produção de um total de 40 megawatts, sendo duas no Paraná. Segundo o coordenador de negócios de energia da Petrobras do Paraná e Rio de Janeiro, José Wellington Cavalcanti de Sousa, no Estado outras cinco empresas estão em fase final de negociação para aderir ao projeto.
O programa prevê a construção de usinas de biodiesel ou gás natural em fábricas para a redução de custos no consumo de energia. ''Nos horários de ponta, as tarifas das distribuidoras são de cinco a nove vezes mais caras'', disse o gerente regional de Energia da Petrobras, Augusto Riezemberg Neto. A Petrobras também garante a manutenção da usina, a gestão do estoque de combustível e o ressarcimento financeiro em caso de mau funcionamento do equipamento. Ele disse que o programa pode beneficiar empresas com consumo acima de 450 quilowatts nos horários de ponta.
O Geração na Ponta oferece três modalidades de contrato que variam em tempo e na possibilidade de aquisição da usina ou manutenção do regime de comodato. Hoje, as indústrias pagam pela energia consumida e ainda uma taxa sobre a estimativa de consumo em horário de ponta. Os contratos com a Petrobras podem ter duração de três, cinco ou sete anos.
Durante o evento, a empresa Plásticos do Paraná de Curitiba apresentou a experiência na utilização do programa. ''Conseguimos uma economia de 30% com a geração de energia da Petrobras'', disse o sócio-diretor da empresa, Jackson Pires. Ele destacou que os maiores benefícios do programa são a diminuição de riscos com menos quedas de tensão e a independência para poder regular a demanda no horário de ponta. A outra empresa que participa do programa é a Eternit de Colombo.
O consultor da Fiep para a área de energia, Frederico Reichmann Neto, disse que o programa é positivo para as médias e grandes empresas e pode ajudar a não perder parte da matéria-prima nas indústrias no caso de um colapso no fornecimento de energia.
Segundo ele, a economia varia de acordo com o consumo e o tipo de contrato. Reichmann Neto disse que o maior temor hoje por parte das empresas é enfrentar carência da oferta de energia. Ele destacou que o mercado de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) está tão aquecido que os fabricantes de equipamentos para estas hidrelétricas fazem entregas em um prazo de 20 meses.
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