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O aquecimento da atividade econômica no país e a valorização do real frente ao dólar contribuíram para que a Petrobras lucrasse R$ 5,48 bilhões no terceiro trimestre deste ano, resultado 43% superior ao obtido no trimestre anterior. Esses mesmos fatores não foram suficientes, porém, para evitar que, no acumulado dos nove primeiros meses deste ano, a empresa registrasse uma queda de 10% no lucro, na comparação com o período de janeiro a setembro de 2003.
Enquanto nos três primeiros trimestres de 2003 a empresa alcançou lucro líquido de R$ 14,7 bilhões, no mesmo período deste ano, o resultado limitou-se a 13,2 bilhões. Na comparação do terceiro trimestre de 2004 com o mesmo período do ano passado, quando a companhia lucrou R$ 5,36 bilhões, a Petrobras manteve um desempenho praticamente estável, com uma alta limitada a 2%. "Em relação ao período de janeiro a setembro do ano passado, a queda deveu-se meramente à um menor ganho da empresa, neste ano, com o câmbio e variações monetárias", afirmou o diretor da Área Financeira da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.
O executivo voltou a rechaçar a hipótese de que o desempenho nesse período teria sido prejudicado pelo não-repasse das cotações internacionais do petróleo para os preços dos combustíveis no mercado interno. Além de lembrar do lucro de R$ 5,4 bilhões como um valor nada desprezível, ele justificou que o segmento de refino, que teve as margens comprimidas nesse período, tem sido sacrificado no mundo todo por causa da alta dos preços internacionais do petróleo.
Questionado durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (12/11) se o lucro não teria sido maior no terceiro trimestre, se a empresa tivesse repassado os preços internacionais para o mercado interno, Gabrielli disse não ter certeza sobre isso. Ele lembrou que, diante de maiores aumentos dos preços dos combustíveis, a demanda no mercado brasileiro poderia ter sido menor do que a registrada no período. "O aumento do consumo foi um dos fatores que mais contribuíram para o nosso lucro. Não sei se essa demanda teria sido a mesma se nós tivessemos praticados novos aumentos", afirmou.
Com relação aos efeitos do câmbio sobre o resultado da companhia, o diretor da Petrobras lembrou que, toda vez que o dólar recua no Brasil, favorece a Petrobras por reduzir a pressão sobre sua dívida, boa parte da qual dolarizada. Tanto que, no terceiro trimestre de 2004, a companhia conseguiu reduzir o endividamento total de R$ 65,176 bilhões em junho deste ano para R$ 60,1 bilhões em setembro. O endividamento líquido, no mesmo período, foi reduzido de R$ 43,2 bilhões para R$ 39,7 bilhões.