E&P

ANP acredita em nova Bacia de Campos no litoral do Rio

Embaixador Rego Barros atribui tal desconfiança a estudos de geólogos. Para consultor, existência de novo reservatório reproduziria fenômeno vivido hoje no Golfo do México.


08/06/2004 03:00
Visualizações: 217
Às vésperas da sexta rodada de licitações de áreas de exploração, prevista para agosto, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) está de olho em uma nova fronteira exploratória que poderá contrariar quem acha que a Bacia de Campos pode estar vivendo o início de seu período de declínio. Embaixo da área do litoral fluminense que concentra a maior parte da produção brasileira, a uma profundidade de 5 mil metros abaixo do solo marinho, pode repousar um novo manancial principalmente de gás natural, equivalente em quantidade a uma nova Bacia de Campos.
"Alguns geólogos respeitáveis suspeitam de que há uma nova Bacia de Campos sob a atual que está produzindo em torno de 85% do petróleo brasileiro", afirmou nesta terça-feira (08/06) o diretor-geral da ANP, embaixador Sebastião do Rego Barros, durante discurso no seminário Gerenciamento de Riscos e Aproveitamento de Oportunidades para Companhias Locais no Setor de Petróleo e Gás, promovido pelo Ministério de Minas e Energia em conjunto com a ANP e a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).
O consultor Ivan de Araújo Simões Filho, da consultoria americana Gaffney, Cline & Associates e ex-diretor da ANP, afirma que a nova área é tecnicamente conhecida como um novo play. Segundo ele, sua existência decorreria de um fenômeno característico dos grandes reservatórios petrolíferos, que concentram aglomerações de óleo e gás em mais de um nível de profundidade. Como exemplo, ele cita o Golfo do México, uma área cujos trabalhos exploratórios já começam a se direcionar para reservatórios mais profundos.
"Esses reservatórios localizados em uma profundidade superior, abaixo de grandes concentrações de óleo, guardam geralmente maior quantidade de gás natural, o que pode abrir uma nova perspectiva exploratória para o local", afirma o consultor.
Assim como Simões Filho, o superintendente de Promoção de Licitações da ANP, Daniel Pedroso, afirma que, do ponto de vista técnico, a localização dos reservatórios não exigiria o uso necessariamente de tecnologias mais avançadas. Uma coisa, no entanto, é quase certa: o desenvolvimento desses reservatórios, cuja existência precisaria ser comprovada por mais estudos de sísmica, demandaria um maior dispêndio de recursos.
Mais Lidas De Hoje
Veja Também
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

19