Resultados

AES Tietê lucra com energia mais cara vendida à Eletropaulo

Valor Econômico
14/11/2008 04:58
Visualizações: 119

Um contrato bilateral de compra e venda de energia entre AES Tietê e AES Eletropaulo determinou os resultados das duas companhias no terceiro trimestre deste ano. Enquanto a empresa de geração, a Tietê, teve um lucro 33% maior, a distribuidora viu seu resultado cair 25%. A primeira se beneficiou do aumento da tarifa, corrigida pelo IGPM em julho, e a segunda teve que gastar mais para pagar essa energia mais cara.

 

Bom para os acionistas da AES Tietê, que vão receber integralmente, na forma de dividendos, o lucro líquido de R$ 187,7 milhões auferido pela empresa geradora. O pagamento foi aprovado ontem pelo conselho de administração. Já a Eletropaulo, que registrou lucro de R$ 148 milhões, não faz menção a dividendos. No meio do ano, a companhia enfrentou até mesmo o bloqueio dos recursos que seriam usados para pagar os acionistas em função de uma execução fiscal da Fazenda Nacional. A empresa conseguiu reverter a liminar que determinava o bloqueio, mas informa neste seu balanço que em outubro teve que constituir uma provisão de R$ 71,5 milhões para poder continuar discutindo no processo judicial.

 

O destaque positivo no balanço da Eletropaulo foi o aumento de 11,6% na receita líquida, puxada principalmente pelo aumento do consumo em quase 6%. A empresa também se beneficiou do reajuste das tarifas para o consumidor em 8%, feita em julho.

 

Por outro lado, o efeito do ajuste do preço da energia proveniente da AES Tietê, que subiu quase 14% ficando, fez crescer os gastos da empresa. O contrato com a Tietê representa 27% da energia contratada da Eletropaulo. O aumento da tarifa do uso da rede para distribuição de energia também cresceu 33%. Esses dois fatores fazem parte da chamada parcela não-gerenciável da companhia.

 

Mas também os gastos gerenciáveis contribuíram para a queda no resultado, em relação ao mesmo período do ano passado. Os gastos com pessoal e previdência privada aumentaram em função de condenações trabalhistas sofridas pela Eletropaulo e também a despesa com materiais e serviços cresceu 11%. Esse foi um efeito direto de implementação da Lei 11.638, segundo explicou a empresa. Um empréstimo com a Eletrobrás, chamado Reluz, teve que ser trazido a valor presente. Não fosse esse efeito, esses gastos teriam crescido na ordem de 5%. No número total, as despesas operacionais da companhia cresceram 21,5%, ficando em R$ 1,5 bilhão.

 

Com a Eletropaulo pagando 15% a mais pela energia, a AES Tietê apresentou crescimento da receita líquida de 16%, fechando o terceiro trimestre em R$ 423 milhões. A receita financeira da Tietê também cresceu nos meses de julho a setembro e curiosamente também pelo efeito IGPM. O índice de inflação caiu nesse terceiro trimestre comparado com o mesmo período do ano anterior e esse é o indexador de uma dívida com a Eletrobrás de R$ 1 bilhão.

 

Apesar do crescimento do resultado, os planos de investimentos da Tietê continuam indefinidos. A empresa discute com o governo do Estado uma solução para a obrigação prevista no edital de privatização de investimento em geração. Nesse trimestre, a empresa até reviu investimentos previstos para o ano. O plano era investir R$ 86 milhões e vão se concretizar R$ 66 milhões. A companhia enfrenta problemas para obter a licença de supressão de vegetação em obras de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) no Rio de Janeiro.

Mais Lidas De Hoje
Veja Também
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

19