Empresas

Acionistas da HRT tentam afastar fundador

Acionistas não descartam fusão.

Valor Econômico
30/08/2012 18:32
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A HRT não é mais de Marcio Mello. O executivo, que começou a carreira na Petrobras e de lá criou prestadores de serviços especializados para a indústria até criar a HRT, está cada dia mais esvaziado dentro da empresa. Também aumentam as suspeitas de que a companhia possa estar sendo alvo de uma oferta hostil para tomada do controle.
Mello sempre teve participação acionária pequena na companhia que ele criou em 2009 quase por acaso, como ele mesmo não esconde, quando ajudava a encontrar um interessado pelos blocos na Amazônia que eram da Petra, do empresário Roberto Viana. Até o ano passado a participação de Mello estava embutida na Triple M, que tinha 7,05% da HRT. Mas essa companhia foi extinta e a participação do fundador, menor do que 5%, agora não é divulgada.
Na segunda-feira (27), durante uma reunião do conselho de administração da HRT, Mello apresentou uma proposta de recompra de ações da empresa que não foi aceita. A ata resume de forma lacônica a receptividade que a proposta teve. "O mecanismo de recompra foi apresentado pelo presidente Marcio Mello ao conselho de administração, que tomou conhecimento".
O conselho não aprovou a recompra, segundo apurou o "Valor", por entender que o caixa da empresa precisa ser preservado neste momento em que ela se dedica a estudos que viabilizem a produção do gás que descobriu na Amazônia em volumes menores do que os necessários para que o negócio seja grande.
No mesmo dia em que o conselho se reunia, o Credit Suisse divulgava ao mercado que, atendendo a um pedido de um cliente, fez um derivativo envolvendo 5,1% das ações da HRT. Essa informação agitou ainda mais o mercado, gerando novas especulações sobre o futuro da companhia. A leitura de analistas foi que algum investidor está montando posição acionária em HRT, mas prefere o anonimato.
Pelo contrato fechado pelo Credit, esse investidor está exposto às oscilações da HRT, mas não tem a posse do papel. A qualquer momento, ele pode transformar esse derivativo em uma posição "cash", no jargão do mercado. Ou seja, assumindo a propriedade das ações. Um teste no mercado para saber o apetite comprador de algum potencial estratégico na HRT será no fim da semana - a ação deverá sair do índice MSCI, que reúne papéis de emergentes.
Por conta do ajuste de fundos passivos, haverá forte pressão vendedora no papel - a menos que algum comprador apareça para aproveitar-se da oferta vendedora. Nas últimas semanas foi possível observar algumas movimentações com ações da HRT. Tinha aumentado o aluguel de ações e ontem o papel subiu 8,33%, ainda insuficientes para neutralizar a perda de valor de 58,8% somente este ano.
Um eventual novo investidor só seria obrigado a fazer uma oferta pela companhia ao atingir uma posição acionária maior do que 20% na empresa, conforme o estatuto. Outra possibilidade de assumir o controle é se um novo investidor relevante juntar forças com outros fundos.
As informações são de fundos que têm posições relevantes na HRT e que decidiram juntos apagar a imagem existente hoje no mercado de que a empresa é de Marcio Mello. Eles avaliam que o executivo é uma figura essencial para o projeto, mas como a companhia ainda não entregou resultados, querem sacudir a gestão.
Um primeiro passo foram mudanças no conselho de administração. Dois nomes indicados por Mello foram afastados, incluindo John Forman, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e muito próximo ao executivo. O próprio Mello deixou a presidência da HRT no fim de fevereiro, dando lugar a Milton Romeu Franke, a convite dele, segundo disse à época. Mello permaneceu na presidência da holding e do conselho. Levar outros executivos para o conselho, segundo informou uma fonte do Valor, tinha o objetivo de reforçar que não se trata mais de "uma empresa do Marcio".
"O Marcio [Mello] é uma pessoa chave na companhia, mas como os resultados não foram como era esperado, agora não será como ele quer", disse uma fonte.
Entre os planos desses acionistas, todos gestores de grandes fundos de investimentos estrangeiros, não está descartada uma fusão da HRT com outra companhia. Um dos nomes aventados no mercado é o da Cobalt, companhia independente que descobriu petróleo em Angola e na qual a Goldman Sachs, que tem 5,28% da HRT, tem fatia relevante de 15,33%. Também não podem ser descartadas conversas com alguma companhia estrangeira, em busca de uma porta de entrada no Brasil. A falha nessa tese é o pouco sucesso obtido até agora, já que a HRT ainda não descobriu petróleo, apenas gás, na Amazônia, sem ter como tirá-lo de lá.
Mesmo assim, uma proposta de compra pela HRT não pode ser descartada até mesmo porque a empresa está, nas cotações atuais muito " barata". O valor de mercado da empresa é de R$ 1,377 bilhão - inferior aos recursos do caixa consolidado da companhia, que ao fim do segundo trimestre somavam R$ 1,43 bilhão. Ou seja, comprar a HRT por esse valor, estaria levando os projetos de graça. Obviamente, uma eventual proposta por toda a empresa exigirá um prêmio em relação à cotação.

A HRT não é mais de Marcio Mello. O executivo, que começou a carreira na Petrobras e de lá criou prestadores de serviços especializados para a indústria até criar a HRT, está cada dia mais esvaziado dentro da empresa. Também aumentam as suspeitas de que a companhia possa estar sendo alvo de uma oferta hostil para tomada do controle.


Mello sempre teve participação acionária pequena na companhia que ele criou em 2009 quase por acaso, como ele mesmo não esconde, quando ajudava a encontrar um interessado pelos blocos na Amazônia que eram da Petra, do empresário Roberto Viana. Até o ano passado a participação de Mello estava embutida na Triple M, que tinha 7,05% da HRT. Mas essa companhia foi extinta e a participação do fundador, menor do que 5%, agora não é divulgada.


Na segunda-feira (27), durante uma reunião do conselho de administração da HRT, Mello apresentou uma proposta de recompra de ações da empresa que não foi aceita. A ata resume de forma lacônica a receptividade que a proposta teve. "O mecanismo de recompra foi apresentado pelo presidente Marcio Mello ao conselho de administração, que tomou conhecimento".


O conselho não aprovou a recompra, segundo apurou o "Valor", por entender que o caixa da empresa precisa ser preservado neste momento em que ela se dedica a estudos que viabilizem a produção do gás que descobriu na Amazônia em volumes menores do que os necessários para que o negócio seja grande.


No mesmo dia em que o conselho se reunia, o Credit Suisse divulgava ao mercado que, atendendo a um pedido de um cliente, fez um derivativo envolvendo 5,1% das ações da HRT. Essa informação agitou ainda mais o mercado, gerando novas especulações sobre o futuro da companhia. A leitura de analistas foi que algum investidor está montando posição acionária em HRT, mas prefere o anonimato.


Pelo contrato fechado pelo Credit, esse investidor está exposto às oscilações da HRT, mas não tem a posse do papel. A qualquer momento, ele pode transformar esse derivativo em uma posição "cash", no jargão do mercado. Ou seja, assumindo a propriedade das ações. Um teste no mercado para saber o apetite comprador de algum potencial estratégico na HRT será no fim da semana - a ação deverá sair do índice MSCI, que reúne papéis de emergentes.


Por conta do ajuste de fundos passivos, haverá forte pressão vendedora no papel - a menos que algum comprador apareça para aproveitar-se da oferta vendedora. Nas últimas semanas foi possível observar algumas movimentações com ações da HRT. Tinha aumentado o aluguel de ações e ontem o papel subiu 8,33%, ainda insuficientes para neutralizar a perda de valor de 58,8% somente este ano.


Um eventual novo investidor só seria obrigado a fazer uma oferta pela companhia ao atingir uma posição acionária maior do que 20% na empresa, conforme o estatuto. Outra possibilidade de assumir o controle é se um novo investidor relevante juntar forças com outros fundos.


As informações são de fundos que têm posições relevantes na HRT e que decidiram juntos apagar a imagem existente hoje no mercado de que a empresa é de Marcio Mello. Eles avaliam que o executivo é uma figura essencial para o projeto, mas como a companhia ainda não entregou resultados, querem sacudir a gestão.


Um primeiro passo foram mudanças no conselho de administração. Dois nomes indicados por Mello foram afastados, incluindo John Forman, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e muito próximo ao executivo. O próprio Mello deixou a presidência da HRT no fim de fevereiro, dando lugar a Milton Romeu Franke, a convite dele, segundo disse à época. Mello permaneceu na presidência da holding e do conselho. Levar outros executivos para o conselho, segundo informou uma fonte do Valor, tinha o objetivo de reforçar que não se trata mais de "uma empresa do Marcio".


"O Marcio [Mello] é uma pessoa chave na companhia, mas como os resultados não foram como era esperado, agora não será como ele quer", disse uma fonte.


Entre os planos desses acionistas, todos gestores de grandes fundos de investimentos estrangeiros, não está descartada uma fusão da HRT com outra companhia. Um dos nomes aventados no mercado é o da Cobalt, companhia independente que descobriu petróleo em Angola e na qual a Goldman Sachs, que tem 5,28% da HRT, tem fatia relevante de 15,33%. Também não podem ser descartadas conversas com alguma companhia estrangeira, em busca de uma porta de entrada no Brasil. A falha nessa tese é o pouco sucesso obtido até agora, já que a HRT ainda não descobriu petróleo, apenas gás, na Amazônia, sem ter como tirá-lo de lá.


Mesmo assim, uma proposta de compra pela HRT não pode ser descartada até mesmo porque a empresa está, nas cotações atuais muito " barata". O valor de mercado da empresa é de R$ 1,377 bilhão - inferior aos recursos do caixa consolidado da companhia, que ao fim do segundo trimestre somavam R$ 1,43 bilhão. Ou seja, comprar a HRT por esse valor, estaria levando os projetos de graça. Obviamente, uma eventual proposta por toda a empresa exigirá um prêmio em relação à cotação.

 

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