Opinião

ABPIP critica veto presidencial ao incentivo às petroleiras independentes

A Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP) lamenta o veto do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao dispositivo de apoio ao segmento independente, incluído no projeto de capitalização da Petrobras. Esta atitude contraria a trajetória de e

Redação
02/07/2010 18:05
Visualizações: 123
Por Oswaldo Pedrosa, presidente da ABPIP.


A Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP) lamenta o veto do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao dispositivo de apoio ao segmento independente, incluído no projeto de capitalização da Petrobras. Esta atitude contraria a trajetória de estímulo ao investimento e diversificação do setor, que vinha sendo perseguida desde 1997, a partir da abertura do mercado. O veto não se alinha ainda com a Resolução nº 10/2008 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que prevê o desenvolvimento da pequena indústria petrolífera em áreas fora do pré-sal.


Segundo o dispositivo, a Petrobras teria a alternativa, e não a obrigatoriedade, de utilizar os seus campos marginais para compensar a União por parte da cessão de reservas no pré-sal. Para isto, poderia utilizar até 100 milhões de barris de reservas de campos terrestres, que correspondem apenas a 2% do volume da cessão onerosa.


A liberação de campos marginais pela Petrobras, para que fossem posteriormente leiloados ao segmento independente por meio da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), já havia sido aprovada na Câmara e no Senado, com acordo das lideranças partidárias, inclusive do Partido dos Trabalhadores (PT).


Ao contrário do que foi argumentado durante todo o processo de discussão do tema no Congresso, o dispositivo não poderia atrapalhar o projeto de capitalização da Petrobras, pois não estipulava prazos ou volumes para que fosse posto em prática. O veto da presidência da República é resultado direto de pressões corporativistas, que não querem liberar qualquer ativo da Petrobras, mesmo aqueles de insignificância estratégica para a empresa.



A manutenção do segmento independente esbarra na escassez de oferta de áreas para exploração e produção. Diante de reservas limitadas e poucas perspectivas de ampliá-las, as independentes estão impossibilitadas de implementar logística própria ou consorciada de tratamento, escoamento e comercialização de hidrocarboneto. Dessa forma, o sucesso financeiro do negócio fica comprometido. Esvai-se também a oportunidade de desenvolvimento regional por meio da atuação de petroleiras de pequeno e médio portes.


Mesmo com o dispositivo vetado, a ABPIP irá persistir na busca por uma política de incentivo ao segmento. Apenas a iniciativa política permitirá que áreas cujas reservas condizem com o perfil dos independentes sejam repassadas para as petroleiras de menor porte, seja via contratação como operadoras, seja pela liberação direta dessas áreas para que sejam leiloadas.
Mais Lidas De Hoje
Veja Também
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.

20