Pesquisa

Abertura de capital tende a reduzir ritmo da inovação nas empresas

Empresas tendem a adquirir propriedade intelectual de terceiros.

Redação / Agência
22/02/2013 15:02
Visualizações: 1117

 

A abertura de capital de uma empresa, por meio de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) tende a sufocar a inovação na companhia, medida de acordo com o número e qualidade das patentes, além de provocar um êxodo de inventores e uma queda na produtividade dos pesquisadores remanescentes, afirma um artigo publicado em dezembro pelo professor Shai Bernstein, da Escola de Administração de Stanford.
O pesquisador analisou dados de mais de 1,5 mil firmas de tecnologia, entre 1983 e 2006. Para fazer a comparação do nível de inovação, o pesquisador levou em conta a atividade nos três anos anteriores à IPO e nos cinco anos posteriores. De acordo com Bernstein, uma vez aberto o capital as empresas tendem a adquirir propriedade intelectual de terceiros, em vez de investir em pesquisa e desenvolvimento próprios. Para chegar a essas conclusões, o autor montou uma base de dados de empresas inovadoras que registraram, na SEC - a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos - a intenção de abrir capital, e que depois foram em frente ou retiraram a carta de intenções.
“Essa amostra permitiu comparar a atividade inovadora de empresas que abriram capital com a de empresas de capital privado que estão num estágio semelhante de evolução, ou seja, com a intenção de abrir”, escreveu ele.
Em busca de explicação para o fenômeno da perda de inovação, Bernstein especula que a abertura de capital pode criar incentivos para que os administradores “mudem o tipo de projeto inovativo selecionado, levando uma maior dependência da aquisição de tecnologias externas (…) preocupações com a carreira e o temor de fusões podem levar os administradores a escolher projetos mais convencionais, mais fáceis de explicar aos acionistas”.
O autor cita ainda outros trabalhos que sugerem que o mercado de capitais avalia mal a inovação, ao pressionar os administradores a cumprir metas de desempenho de curto prazo. A mudança de foco rumo à inovação incremental e a dependência crescente de tecnologia externa, por sua vez, explicaria o êxodo dos funcionários mais inovadores.
Bernstein apresenta a hipótese de duas estruturas de incentivo atuando - uma, sobre os gerentes, pede atitudes mais conservadoras e prudentes; outra, sobre os funcionários inovadores mais agressivos, que veem a perspectiva de ganho com novas invenções diluir-se entre os acionistas e, por isso, podem optar por deixar a companhia.

A abertura de capital de uma empresa, por meio de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) tende a sufocar a inovação na companhia, medida de acordo com o número e qualidade das patentes, além de provocar um êxodo de inventores e uma queda na produtividade dos pesquisadores remanescentes, afirma um artigo publicado em dezembro pelo professor Shai Bernstein, da Escola de Administração de Stanford.


O pesquisador analisou dados de mais de 1,5 mil firmas de tecnologia, entre 1983 e 2006. Para fazer a comparação do nível de inovação, o pesquisador levou em conta a atividade nos três anos anteriores à IPO e nos cinco anos posteriores. De acordo com Bernstein, uma vez aberto o capital as empresas tendem a adquirir propriedade intelectual de terceiros, em vez de investir em pesquisa e desenvolvimento próprios. Para chegar a essas conclusões, o autor montou uma base de dados de empresas inovadoras que registraram, na SEC - a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos - a intenção de abrir capital, e que depois foram em frente ou retiraram a carta de intenções.


“Essa amostra permitiu comparar a atividade inovadora de empresas que abriram capital com a de empresas de capital privado que estão num estágio semelhante de evolução, ou seja, com a intenção de abrir”, escreveu ele.


Em busca de explicação para o fenômeno da perda de inovação, Bernstein especula que a abertura de capital pode criar incentivos para que os administradores “mudem o tipo de projeto inovativo selecionado, levando uma maior dependência da aquisição de tecnologias externas (…) preocupações com a carreira e o temor de fusões podem levar os administradores a escolher projetos mais convencionais, mais fáceis de explicar aos acionistas”.


O autor cita ainda outros trabalhos que sugerem que o mercado de capitais avalia mal a inovação, ao pressionar os administradores a cumprir metas de desempenho de curto prazo. A mudança de foco rumo à inovação incremental e a dependência crescente de tecnologia externa, por sua vez, explicaria o êxodo dos funcionários mais inovadores.


Bernstein apresenta a hipótese de duas estruturas de incentivo atuando - uma, sobre os gerentes, pede atitudes mais conservadoras e prudentes; outra, sobre os funcionários inovadores mais agressivos, que veem a perspectiva de ganho com novas invenções diluir-se entre os acionistas e, por isso, podem optar por deixar a companhia.

Mais Lidas De Hoje
veja Também
COP30
IBP defende adoção de critérios globais para uma transiç...
06/11/25
Gás Natural
ANP aprova Plano de Ação referente às tarifas de transpo...
06/11/25
Offshore
Descomissionamento é tema estratégico
06/11/25
Meio Ambiente
Equinor e USP iniciam projeto de pesquisa de captura e a...
06/11/25
Resultado
BRAVA Energia registra recorde de receita líquida com US...
06/11/25
Resultado
Vibra registra forte geração de caixa e margens consiste...
06/11/25
Resultado
ENGIE Brasil Energia registra lucro líquido ajustado de ...
06/11/25
Apoio cultural
Transpetro une preservação cultural e desenvolvimento su...
06/11/25
Internacional
Malásia quer se tornar polo global de captura e armazena...
05/11/25
Meio Ambiente
ANP realiza workshop sobre emissões de metano em conjunt...
05/11/25
Combustíveis
Procon Carioca firma parceria inédita com o Instituto Co...
05/11/25
Energia Elétrica
Thopen adquire operação de geração distribuída de energi...
05/11/25
Resultado
PRIO divulga resultados do 3T25 com avanços em Wahoo, Al...
05/11/25
PD&I
Noruega e Brasil lançam nova chamada conjunta de financi...
04/11/25
Descomissionamento
ABPIP realiza segundo workshop com ANP para discutir des...
04/11/25
iBEM26
Evento internacional de energia abre inscrições para ati...
04/11/25
Etanol
UNICA e Cetesb firmam acordo para fortalecer gestão ambi...
04/11/25
OTC Brasil 2025
Petrobras estuda ter centro logístico no Amapá enquanto ...
03/11/25
Pré-Sal
Campo de Búzios atinge produção recorde de 1 milhão de b...
03/11/25
Mão de obra
Programa de Desligamento Voluntário é lançado pela Petrobras
03/11/25
Etanol
Preços do anidro e do hidratado registram alta
03/11/25
VEJA MAIS
Newsletter TN

Fale Conosco

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, assumiremos que você concorda com a nossa política de privacidade, termos de uso e cookies.